domingo, 2 de agosto de 2009 by Gê
Isso nunca começou, e nunca irá terminar. Apenas há reticências.
Tudo é eterno assim como esse mistério.
No brilho do seu olhar
sábado, 27 de junho de 2009 by Gê
Os seus passos eram firmes sobre as calçadas da cidade, e as ruas de paralelepipedo combinavam com sua camisa xadrez já cansada do uso constante. Ele sentava no banco de uma praça antiga e lá ficava quieto a olhar o ambiente a sua volta.
Ah como era bom tê-lo por perto. Tudo ficando melhor encaixado quando existe a luz do seus olhos.
Ele era apenas alguém que não sabia o que era amor, mas vivia a amar. Era por isso que o mundo era completo com seus olhos, era por isso que eu morava em seu olhar.
De mais valioso
domingo, 24 de maio de 2009 by Gê
Teus olhos cintilam em meu interior e iluminam com distinta luz o meu vago ser, que vai se preenchendo dessa nova claridade.
Continue, e me diga o que desejas, e não temas meu julgamento, pois juro não fazê-lo. Entre, dentro do escuro de minha alma e traga essas suas cores de tão profundas nuances.
Revele de ti o que há de mais valioso, pois aqui estou eu, com os meus sentidos bem atentos.
Então...
domingo, 10 de maio de 2009 by Gê
Pôr-do-sol (Outono)
domingo, 26 de abril de 2009 by Gê
Nada mais era necessário quando ela via o céu se alegrando ao pôr-do-sol. Não havia mais dores nem saudades. Tudo o que existia era paz e frescor.
Se a vida fosse toda tardes de outono, ela seria apenas ela, e os sonhos seriam mais reais, mesmo que ela passasse toda a vida sentada naquele balanço de madeira. Ainda assim, a vida seria mais completa.
Frações de mim - Os momento
domingo, 19 de abril de 2009 by Gê
Cada instante que se passa,
já passou, virou lembrança,
cada instante que se aguarda,
e desejo, esperança.
O momento é o agora,
e o agora logo passa,
por isso vivo, com tudo que posso,
para os momentos viverem,
para as lembranças existirem,
para os desejos se renovarem.
Sem título
sábado, 11 de abril de 2009 by Gê
Nada perdi, a cada dia vejo que vivo a ganhar.
Percebo que minha vida se renova a cada instante, e vai se enchendo de momentos inesquecíveis.
Esquecer?
Nunca tentarei, pois de tudo que tenha as lembranças são o que há de mais íntimo. Coisa preciosa que guardo em mim.
Amar?
Não mais que a mim mesma. Pois sei que com esse amor eu posso contar, é nele que eu construo as minhas bases.
Sonhar?
Sempre! Não sou nada se não sonho.
Sorrir?
Me será fácil enquanto eu acreditar nos momentos, nas lembranças, no amor e nos sonhos.
último desabafo
sábado, 4 de abril de 2009 by Gê
São palavras, unicamente palavras as que coloco neste papel. Não ponho aqui nada que possa me fazer desistir de entregar essa carta, só ponho palavras, palavras sem muita importância.
Sou eu que escrevo as cartas que nunca serão enviadas, você apenas vai lê pequenos bilhetes entregues por terceiros ou as vezes algum e-mail com umas pouquíssimas frases acompanhadas de alguma poesia. Tudo isso porque sei que quando escrevo muito você acaba não lendo.
Sou eu quem teve que insistir, tentar, arriscar, e que agora desiste, mas que se vê na obrigação de te colocar ciente disso. Hoje te escrevo não para desabafar minhas dores, muito menos para dizer que sinto saudades ou qualquer coisa do tipo. Escrevo apenas para te contar a que eu pretendo que essa seja a minha ultima novidade em que você se inclui realmente: a partir de agora não vou mais gastar meu tempo com você. Me manterei presente, próxima, pois me afastar já é impossível, mas hoje percebi que o mais importante para mim não pode ser você, tem de ser eu mesma. E assim será.
Agora você é lembrança, apenas uma boa e marcante lembrança...
[...]
E assim lhe serei também.
Frações de mim - Os sorrisos
by Gê
Tanta alegria, de onde vem?
Vem de dentro, das esperanças,
vem de fora, do azul do céu.
Da onde saíram todos esses sorrisos?
Saíram das minhas loucuras,
e alguns da minha sensatez
Saíram do nada, ou do tudo.
De onde surgiram tantas felicidades?
Vieram de não sei onde,
mas em muito bom momento,
vieram restaurar a minha antiga verdade.
Frações de mim - As esperanças
by Gê
só nisso creio,
não tenho esperanças
em ser feliz,
mas viverei,
tentarei,
buscarei,
tudo que ainda desejo.
De mim se esvaiu
muitas esperanças,
mas incisto,
resisto,
com o pouco que resta
de minhas antigas esperanças.
Frações de mim - O nada de mim
sábado, 28 de março de 2009 by Gê
ouvindo sua voz doce em meus ouvidos,
mas você não está aqui.
Nunca esteve.
Sento-me de baixo de uma arvore,
e busco um porquê para tudo isso,
que me machuca, me despedaça,
mas não há.
Nunca houve.
Reuno meus pedaços
e volto a caminhar sem rumo,
imersa em minhas dores.
Sem você.
Sem porquê.
Vou, apenas vou, em busca...
Frações de mim - A dor do vazio
sábado, 21 de março de 2009 by Gê
e não há nada que me ofereça suporte,
me sinto fraca, desprotegida,
e por dentro um enorme vazio
que só faz transparecer meus tormentos.
Não sei nem mais o que quero,
nem onde estou, nem mais o que estou fazendo.
Vou buscando a luz no caminho,
que possa me guiar até algo.
Permaneço no vazio, transparencia,
não enxergo, pois não há o que ver,
estou presa no vazio de mim mesma,
lutando contra tudo embusca de vida.
Cortante vazio, que me desespera.
No fim
sábado, 14 de março de 2009 by Gê
No fim tudo acabou se encaixando.
Não exatamente da forma que eu deseja, mas eu sempre soube que as coisas não acontecem da forma esperada.
Tudo se resolveu, mas isso não é sinônimo de felicidade, pois você sabe bem que eu não queria que as coisas se resolvessem, não desse modo.
Agora estamos sós, unicamente com nossos medos, nossas mágoas, nossas angustias... Agora eu não tenho mais o seu amor pra me proteger, agora eu já não te dou mais o amor que te fazia acreditar em si mesmo.
Não temos mais ninguém, não temos nem mais um ao outro, mas foi melhor assim, só assim poderemos ser felizes um dia.
Mas eu te levo comigo, e acredito que você me leve junto de ti também e ao menos para mim, as lembranças irão bastar, servirão de consolo.
No fim, tudo ficou como realmente deveria ser.
No fim, isso nunca terá um fim.
Ah saudade...
domingo, 1 de março de 2009 by Gê
Ah saudade,
você chega de repente e me deixa assim,
quieta pelos cantos,
a recordar tão bons momentos,
tão lindos planos.
Saudade,
tão incontrolável você é,
quando vem acerte em cheio,
naquelas feridas que há muito eu venho tentando curar.
Ah saudade,
de jeito nenhum te culpo por essas dores que sinto,
mas parece que você sempre tenta intensamente,
manter viva as minhas dores.
Minha saudade,
já que chegou fique,
abra de vez minhas feridas,
e me faça recordar.
Ironia
sábado, 28 de fevereiro de 2009 by Gê
Seria irônico dizer
que vim até aqui
tentando fugir de você?
E aqui, logo aqui te encontrei,
com esse mesmo sorriso,
essa mesma voz doce.
Seria irônico dizer
que quando você entrou
por aquele porta de vidro,
eu estava justo a pensar,
na ultima vez que nos vimos?
E justo então meus olhos
encontraram os seus
em minha direção.
Seria irônico dizer
que esse momento de reencontro
foi o que me fez perceber,
que eu não amo mais você?
Frações de mim – O Reinício
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009 by Gê
Imersa em indagações,
crio minhas próprias certezas,
me renovo em meus anseios,
modifico as esperanças.
Desisto de uma séria de coisas,
que de repente, se fizeram passado,
retomo a um ponto de equilíbrio,
do qual eu me fazia tão distante.
Nova oportunidade me dou,
transgredindo meus passos,
a um caminho que desconheço,
mas que por agora, será o meu.
Desejo a viva, somente,
desejo recomeçar as tentativas,
desta vez do zero.
Reiniciar,
abrir os olhos para a realidade,
pois ela está a minha porta,
e me chama suavemente,
com tal firmeza que me parece
ser impossível não seguir junto dela.
Reinicio com a certeza,
de que um novo caminho é necessário,
mas levo alguma bagagem, inevitável.
Fecho os olhos e digo a mim mesma,
agora é a hora de seguir em frente.
Despedida
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009 by Gê
- Isso será bom para nós.
O tom suave, mas firme, de sua voz me passava tanta segurança que eu quase acreditava que realmente isso seria bom. Mas não era o que eu queria. Por mim eu passaria meus dias ao seu lado pra sempre, mas agora ele escolhia se afastar, alegando seus vários motivos, sendo que nenhum deles me parecia convincente. Eu imagino que ele realmente ache que isso será bom para nós dois, mas não sei baseado em que ele chegou a esta conclusão. Temo em pensar que ele decidiu ir embora por não querer mais estar perto de mim, pois apenas cogitar essa opção já me magoa profundamente. O que eu sinto por ele é algo que vai alem de tudo que eu imaginei poder sentir, em pouco tempo ele se fez tudo que eu mais quero pra mim, e de repente, essa idéia dele se afastar de mim me fez sangrar por dentro. Ele me olhava nos olhos, esperando por qualquer reação por meio de palavras da minha parte, mas eu não sabia o que lhe dizer. Por dentro eu implorava que ele ficasse, mas eu sabia que meu desespero não iria me ajudar a fazer com que ele fique, por isso me mantive calada.
Sua expressão demonstrava sua frustração com o meu silêncio, e eu permanecia olhando em seus olhos, sem dizer uma palavra sequer.
- Você não diz nada? - ele insistia. - Bem, tenho que ir agora, senão vou acabar perdendo a hora. Tchau.
- Adeus, boa sorte por lá.
Ele beijou meus lábios brevemente e saiu andando, sem olhar para trás. Eu permaneci ali, em pé por mais alguns minutos e voltei para casa. Em meio ao vazio da ida dele, mas embora eu sofresse não conseguia derramar uma única lágrima. Era necessário me recompor de toda a dor e seguir a vida, pois ele com certeza não hesitaria antes de aproveitar a dele...
(in) devido lugar
sábado, 7 de fevereiro de 2009 by Gê
Tudo permanece em seu (in)devido lugar.
As coisas parecem estar certas,
Então por que tudo parece tão diferente?
Estranho meus antigos costumes,
como se não os conhecesse,
interrogo a mim mesma,
cheia de dúvidas sobre o que há.
Mas afinal, o que há?
Não compreendo mais o que me rodeia,
não compreende nem a mim.
Tudo parece diferente,
mas nada mudou,
nada.
E isso ultrapassa meu compreender.
(?)
Chuva e ausência
sábado, 31 de janeiro de 2009 by Gê
A chuva cai lá fora e me faz pensar em você. Dias de chuva sempre me foram bons para ficar quieta, ouvindo uma boa música ou vendo um filme, mas agora só o que faço nesses dias é lembrar de ti e dos nossos dias de chuva naquela casa a beira mar. Chuva na praia é um pecado, você sempre dizia, enquanto eu olhava com enorme admiração a vista daquele mar sob a insistente chuva que conforme caia ia indo fazer parte daquela imensidão salgada. Eu não poderia desejar mais nada para mim, apenas queria ficar ali, em meio ao mar e a chuva, envolvida em seus braços.
Em que momento todo esse encanto se desfez? Não compreendo como tudo aquilo que era tão bom pôde ter um fim. Onde será que você está agora? Será que também chove aí? Será que também pensa em mim?
Só o que me resta agora é isso, ver a chuva a embaçar o vidro das janelas e recordar nós dois, sentindo esse vazio da dor que me trás a ausência desses dias...
Selo
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009 by Gê
Obrigada pelo selo Denise!
Agora vou repassar as regras:
Como tenho que indicar 10 blogs, só consegui escolher 4, mas ai está minha lista:
http://www.sammyraborboleteando.blogspot.com/
http://biahtrix.blogspot.com/
http://memoriasdeumfrango.blogspot.com/
http://ninaesuasletras.blogspot.com/
Máscaras
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 by Gê
Colocamos nossas máscaras a cada dia. É isso que possibilita que sejamos quem realmente somos, que nos encaixemos no mundo que desejamos para nós. Máscaras não são um esconderijo da face real, é algo que transparece o que há de mais verdadeiro. Pomos nossas máscaras e saímos ao mundo travestidos do que realmente somos, pois precisamos de algo que nos revele realmente. Movimento involuntário, que faz com que cada pessoa busque um meio de mostrar-se, encaixar-se e transparecer por fora o que há por dentro de si. Somos muito iguais diante desses tantos olhos julgadores de que vêem, e é por isso que se faz essencial essa máscara que dita ao mundo o que realmente existe ali.
Somos máscaras de nós mesmos, e a tiramos quando precisamos de um refugio. Sem elas somos apenas alguém, mas quando as temos em nossa face nos tornamos nós mesmos, seres únicos em um mundo de tantos habitantes.
Usamos máscaras para podermos revelar nossa realidade. Elas são nosso meio de ser real. Não nos escondemos atrás delas, muito pelo contrário, só com elas podemos ser de verdade quem somos.
"Todos usam máscaras"
Batman
Meme
by Gê
É o seguinte:
1. Agarrar o livro mais próximo
2. Abrir na página 161
3. Procurar a 5ª frase completa
4. Colocar a frase no blog
5. Não escolher a melhor frase, nem o melhor livro!
6. Utilizar mesmo o livro que estiver mais próximo.
O livro que está mais perto de mim é o que estou lendo atualmente, Máscaras, de Leonardo Padura Fuentes. E a quinta frase da página 161 é:
"Bundinha de pardal sorriu ao entregar-lhe a bebida e, cruzando as pernas ainda de pé, caiu sentada em posição ioga na almofada que misteriosamente desaparecera da frente do Conde."
Frase estranha essa, hein... Mas o livro é realmente bom...
Esse livro é tão bom que me deu inspiração para o proximo post.
Indico aos que passarem por aqui o livro e o meme...
De amor e estrelas
domingo, 18 de janeiro de 2009 by Gê
Ela
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 by Gê
Ela ainda o amava, sentia isso, mas não entendia para onde havia ido o desejo que a dominava sempre que pensava nele. Tudo que ela sentia, e que a fazia tão esperançosa num futuro de alegrias para os dois simplesmente se apagou, como se nunca tivesse existido, mas o amor permanecia lá, intocado, e tudo isso era muito confuso. Como pode um sentimento tão singular ter se rompido e perdido parte de sua essência? Isso é tudo que ela desejava entender, não por querer sentir aquilo novamente, não, ela estava feliz assim, mas isso a deixava intrigada, era algo que acontecia na vida dela, no entanto, ela própria não conseguia compreender. Os pensamentos se embaralhavam, já não compreendia mais a si mesma, e aquilo as vezes se fazia um imensa confusão em seu interior, um verdadeiro limbo. Mas estranhamente, em meio a toda essa confusão, ela estava feliz. A felicidade vinha porque com tudo isso, com a perca desse sentimento tão intenso, ela poderia seguir em frente sem culpa e sem nada que a mantenha aprisionada naquele passado tão estimado. “As lembranças são boas demais, e essas ninguém vai tirar de mim”, pensar assim a mantinha feliz, pois ela acreditava que tudo de ruim que tinha acontecido em razão de tê-lo conhecido seria um caminho necessário para se manter no rumo de seu destino, esse destino que nos é implacável e misterioso.
Tudo acontecia muito depressa e ela vivia agora num ritmo novo, onde o pensar deve ser bem conciliado com o agir, pois se literalmente parar para pensar o mundo segue e se fica para trás. Mas aos poucos esse ritmo a agradava. Era algo novo e inesperado, e surgia uma imensa vontade de viver cada um desses súbitos momentos, “as novas experiências de hoje um dia se tornaram historias para contar em uma tarde chuvosa”, e contar historias é algo que ela sempre apreçou muito, pois foram muitas as que ela ouviu na infância, e até então ainda ouvia. Ela queria viver, aproveitar, para no futuro não se arrepender de ter deixado as oportunidades para trás, todos esses fatos aparentemente aleatórios, todas as mudanças repentinas a fazia querer ver no que isso iria dar, despertava uma curiosidade em entender o porquê de toda essa jornada, as vezes essa vontade se tornava algo místico, religioso, pois despertava a busca por entender antes mesmo de concluir, sua curiosidade a fazia querer ver as coisas antes da hora, mas ela se mantinha lá, esperando entender o porquê de tanta estranheza que ocorria de uns tempos para cá, coisas estranhas que aconteciam sem que ela se dessa conta, quando via, já não era mais o que realmente era. Porém ela compreendia que assim era a vida, e por tanto, só queria viver e ser feliz.
Busco
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009 by Gê
seu amor que não me vem.
Busca eterna e tão insana,
mas que muito me faz bem.
Te procuro em cada gesto,
cada sorriso, cada olhar,
mas no fundo eu simplesmente,
não sei o que estou a buscar.
Quem sabe um dia te encontro,
de maneira inesperada,
num lugar inusitado,
para seguir em outra busca,
mas agora ao seu lado.
Recortes de uma quase-história II
terça-feira, 6 de janeiro de 2009 by Gê
com um brilho sem precedentes,
magnificente em sua imensidão...
Mesmo se meus olhos não lhe vêem,
sei bem onde você está,
pois não há nuvem que me impeça
de poder te localizar.
Porem, tal qual as estrelas,
você está tão distante,
tão fora do meu alcance.
E é para isso que tanto busco
esses belos pontos luminosos do céu,
pois por dentro eu lhe vejo
em cada uma dessas estrelas...
Quem sabe um dia as distancias
sejam mais curtas para mim,
as estrelas seriam vistas maiores,
e você... mais perto de mim..
(in)devido lugar
domingo, 4 de janeiro de 2009 by Gê
As coisas parecem estar certas,
Então por que tudo parece tão diferente?
Estranho meus antigos costumes,
como se não os conhecesse,
interrogo a mim mesma,
cheia de dúvidas sobre o que há.
Mas afinal, o que há?
Não compreendo mais o que me rodeia,
não compreende nem a mim.
Tudo parece diferente,
mas nada mudou,
nada.
E isso ultrapassa meu compreender.
(?)
Frequente assim?
sábado, 3 de janeiro de 2009 by Gê
Não facilite com a palavra amor.
Não a jogue no espaço, bolha de sabão.
Não se inebrie com o seu engalanado som.
Não a empregue sem razão acima de toda razão (e é raro).
Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.
Não a pronuncie.
(Carlos Drummond de Andrade)
Li esse poema de Drummond hoje pela primeira vez, e amei, assim como amo tudo que já li desse grande poeta. Gosto tanto de Drummond porque concordo grandemente com suas palavras, e esse poema diz exatamente sobre algo que muito eu tenho discutido: a banalização do verbo amar.
Tenho ouvido as pessoas dizerem "eu te amo" com uma facilidade/normalidade de quem diz "estou vivo". No Orkut eu vejo pessoas que tem em seus depoimentos dezenas de pessoas dizendo "blá-blá-blá, blá-blá-blá, eu te amo". Será que as pessoas amando tanto assim? Amor é um sentimento nobre e raro, não é algo comum como um simples gostar, mas o uso do verbo que expressa esse sentimento está se tornando demasiadamente dito a meu ver, e isso eu não consigo compreender/aceitar.
Será que sou eu que amo muito pouco? São poucas as pessoas para quem eu já disse um "eu te amo" com todas as letras, poucas são as pessoas a quem eu digo amar, porque só o digo quando sinto algo realmente muito forte pela pessoa, o que não é comum...
Não sei se isso tudo é realmente normal ou se sou eu que restrinjo meus sentimentos, e consequentemente, as palavras representativas... Sei apenas que amo, sim, mas não amo a todos que conheço, não amo com tal facilidade, e não consigo acreditar que para tantas pessoas amar esteja tão frequente assim.
Sonhos e realidade
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009 by Gê
Sonhar é necessário, e viver é a única forma de tentar concretizar os sonhos. Por isso vivo, porque os sonhos não saciaram meus anseios, não se concretizaram, mas eu sei porque isso não aconteceu, foi porque esperei por eles, e sonhos estão por aí para se concretizarem, é você que corre atrás, não são eles que vem a sua procura...