Ironia

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Seria irônico dizer

que vim até aqui

tentando fugir de você?


E aqui, logo aqui te encontrei,

com esse mesmo sorriso,

essa mesma voz doce.


Seria irônico dizer

que quando você entrou

por aquele porta de vidro,

eu estava justo a pensar,

na ultima vez que nos vimos?


E justo então meus olhos

encontraram os seus

em minha direção.


Seria irônico dizer

que esse momento de reencontro

foi o que me fez perceber,

que eu não amo mais você?

Frações de mim – O Reinício

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Imersa em indagações,

crio minhas próprias certezas,

me renovo em meus anseios,

modifico as esperanças.


Desisto de uma séria de coisas,

que de repente, se fizeram passado,

retomo a um ponto de equilíbrio,

do qual eu me fazia tão distante.


Nova oportunidade me dou,

transgredindo meus passos,

a um caminho que desconheço,

mas que por agora, será o meu.


Desejo a viva, somente,

desejo recomeçar as tentativas,

desta vez do zero.


Reiniciar,

abrir os olhos para a realidade,

pois ela está a minha porta,

e me chama suavemente,

com tal firmeza que me parece

ser impossível não seguir junto dela.


Reinicio com a certeza,

de que um novo caminho é necessário,

mas levo alguma bagagem, inevitável.

Fecho os olhos e digo a mim mesma,

agora é a hora de seguir em frente.

Despedida

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

- Isso será bom para nós.

O tom suave, mas firme, de sua voz me passava tanta segurança que eu quase acreditava que realmente isso seria bom. Mas não era o que eu queria. Por mim eu passaria meus dias ao seu lado pra sempre, mas agora ele escolhia se afastar, alegando seus vários motivos, sendo que nenhum deles me parecia convincente. Eu imagino que ele realmente ache que isso será bom para nós dois, mas não sei baseado em que ele chegou a esta conclusão. Temo em pensar que ele decidiu ir embora por não querer mais estar perto de mim, pois apenas cogitar essa opção já me magoa profundamente. O que eu sinto por ele é algo que vai alem de tudo que eu imaginei poder sentir, em pouco tempo ele se fez tudo que eu mais quero pra mim, e de repente, essa idéia dele se afastar de mim me fez sangrar por dentro. Ele me olhava nos olhos, esperando por qualquer reação por meio de palavras da minha parte, mas eu não sabia o que lhe dizer. Por dentro eu implorava que ele ficasse, mas eu sabia que meu desespero não iria me ajudar a fazer com que ele fique, por isso me mantive calada.

Sua expressão demonstrava sua frustração com o meu silêncio, e eu permanecia olhando em seus olhos, sem dizer uma palavra sequer.

- Você não diz nada? - ele insistia. - Bem, tenho que ir agora, senão vou acabar perdendo a hora. Tchau.

- Adeus, boa sorte por lá.

Ele beijou meus lábios brevemente e saiu andando, sem olhar para trás. Eu permaneci ali, em pé por mais alguns minutos e voltei para casa. Em meio ao vazio da ida dele, mas embora eu sofresse não conseguia derramar uma única lágrima. Era necessário me recompor de toda a dor e seguir a vida, pois ele com certeza não hesitaria antes de aproveitar a dele...

(in) devido lugar

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Tudo permanece em seu (in)devido lugar.
As coisas parecem estar certas,
Então por que tudo parece tão diferente?

Estranho meus antigos costumes,
como se não os conhecesse,
interrogo a mim mesma,
cheia de dúvidas sobre o que há.

Mas afinal, o que há?
Não compreendo mais o que me rodeia,
não compreende nem a mim.

Tudo parece diferente,
mas nada mudou,
nada.
E isso ultrapassa meu compreender.
(?)