Chuva e ausência

sábado, 31 de janeiro de 2009

A chuva cai lá fora e me faz pensar em você. Dias de chuva sempre me foram bons para ficar quieta, ouvindo uma boa música ou vendo um filme, mas agora só o que faço nesses dias é lembrar de ti e dos nossos dias de chuva naquela casa a beira mar. Chuva na praia é um pecado, você sempre dizia, enquanto eu olhava com enorme admiração a vista daquele mar sob a insistente chuva que conforme caia ia indo fazer parte daquela imensidão salgada. Eu não poderia desejar mais nada para mim, apenas queria ficar ali, em meio ao mar e a chuva, envolvida em seus braços.
Em que momento todo esse encanto se desfez? Não compreendo como tudo aquilo que era tão bom pôde ter um fim. Onde será que você está agora? Será que também chove aí? Será que também pensa em mim?
Só o que me resta agora é isso, ver a chuva a embaçar o vidro das janelas e recordar nós dois, sentindo esse vazio da dor que me trás a ausência desses dias...

Selo

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A Denise, do blog Bom Dia Neurose me deu esse selo:


Obrigada pelo selo Denise!

Agora vou repassar as regras:

Já teve curiosidade de ver sua caricatura?
1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” Que vc acabou de ganhar!!!
2- Poste o link do blog que te indicou.(muito importante!!!)
3- Indique 10 blogs de sua preferência.
4- Avise seus indicados.
5- Publique as regras.
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7- Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para vericação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.

Máscaras

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009


Colocamos nossas máscaras a cada dia. É isso que possibilita que sejamos quem realmente somos, que nos encaixemos no mundo que desejamos para nós. Máscaras não são um esconderijo da face real, é algo que transparece o que há de mais verdadeiro. Pomos nossas máscaras e saímos ao mundo travestidos do que realmente somos, pois precisamos de algo que nos revele realmente. Movimento involuntário, que faz com que cada pessoa busque um meio de mostrar-se, encaixar-se e transparecer por fora o que há por dentro de si. Somos muito iguais diante desses tantos olhos julgadores de que vêem, e é por isso que se faz essencial essa máscara que dita ao mundo o que realmente existe ali.
Somos máscaras de nós mesmos, e a tiramos quando precisamos de um refugio. Sem elas somos apenas alguém, mas quando as temos em nossa face nos tornamos nós mesmos, seres únicos em um mundo de tantos habitantes.

Usamos máscaras para podermos revelar nossa realidade. Elas são nosso meio de ser real. Não nos escondemos atrás delas, muito pelo contrário, só com elas podemos ser de verdade quem somos.


"Todos usam máscaras"

Batman

Meme

Não gosto muito de memes, mas vi esse meme do livro no blog da Sammyra achei interessante, e por isso resolvi colocar aqui.
É o seguinte:

1. Agarrar o livro mais próximo

2. Abrir na página 161

3. Procurar a 5ª frase completa

4. Colocar a frase no blog

5. Não escolher a melhor frase, nem o melhor livro!

6. Utilizar mesmo o livro que estiver mais próximo.


O livro que está mais perto de mim é o que estou lendo atualmente, Máscaras, de Leonardo Padura Fuentes. E a quinta frase da página 161 é:
"Bundinha de pardal sorriu ao entregar-lhe a bebida e, cruzando as pernas ainda de pé, caiu sentada em posição ioga na almofada que misteriosamente desaparecera da frente do Conde."

Frase estranha essa, hein... Mas o livro é realmente bom...


Esse livro é tão bom que me deu inspiração para o proximo post.

Indico aos que passarem por aqui o livro e o meme...

De amor e estrelas

domingo, 18 de janeiro de 2009

Há quem queira guardar as estrelas numa caixa e poder tê-las sempre ali. As estrelas são belas porque estão distantes de nós, se a tivéssemos muito perto provavelmente não daríamos o devido valor a elas, pois seriam apenas brilho ofuscante de tão intenso. Estrelas são maravilhosas assim, longe de nós e com seu brilho que percorre tanta distância até chegar ao alcance de nossas retinas. Mesmo durante o dia, quando não há pudemos ver, sabemos que ela está lá, e ansiamos pela noite para que as possa admirar. Estrelas são pontos de luz que fazem com que a noite seja algo belo. São tão amadas. E mesmo sabendo que elas nunca serão nossas, as temos a cada momento que olhamos para um céu estrelado, as temos quando esperamos a noite para vê-las... Quem ama as estrelas sabe o quando esse amor é sincero... Um amor que ama somente, mesmo sabendo que as estrelas são da noite somente... Por que não amamos assim a tudo? Seriamos mais felizes se amassemos sem querer se apoderar, seriamos mais felizes se amassemos por amar e receber amor fosse menos importante. Amar sabendo que aquilo nunca será nosso e ainda assim amar, amar, amar. É... Provavelmente amor assim só pelas estrelas... Ou não?

Ela

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Ela ainda o amava, sentia isso, mas não entendia para onde havia ido o desejo que a dominava sempre que pensava nele. Tudo que ela sentia, e que a fazia tão esperançosa num futuro de alegrias para os dois simplesmente se apagou, como se nunca tivesse existido, mas o amor permanecia lá, intocado, e tudo isso era muito confuso. Como pode um sentimento tão singular ter se rompido e perdido parte de sua essência? Isso é tudo que ela desejava entender, não por querer sentir aquilo novamente, não, ela estava feliz assim, mas isso a deixava intrigada, era algo que acontecia na vida dela, no entanto, ela própria não conseguia compreender. Os pensamentos se embaralhavam, já não compreendia mais a si mesma, e aquilo as vezes se fazia um imensa confusão em seu interior, um verdadeiro limbo. Mas estranhamente, em meio a toda essa confusão, ela estava feliz. A felicidade vinha porque com tudo isso, com a perca desse sentimento tão intenso, ela poderia seguir em frente sem culpa e sem nada que a mantenha aprisionada naquele passado tão estimado. “As lembranças são boas demais, e essas ninguém vai tirar de mim”, pensar assim a mantinha feliz, pois ela acreditava que tudo de ruim que tinha acontecido em razão de tê-lo conhecido seria um caminho necessário para se manter no rumo de seu destino, esse destino que nos é implacável e misterioso.

Tudo acontecia muito depressa e ela vivia agora num ritmo novo, onde o pensar deve ser bem conciliado com o agir, pois se literalmente parar para pensar o mundo segue e se fica para trás. Mas aos poucos esse ritmo a agradava. Era algo novo e inesperado, e surgia uma imensa vontade de viver cada um desses súbitos momentos, “as novas experiências de hoje um dia se tornaram historias para contar em uma tarde chuvosa”, e contar historias é algo que ela sempre apreçou muito, pois foram muitas as que ela ouviu na infância, e até então ainda ouvia. Ela queria viver, aproveitar, para no futuro não se arrepender de ter deixado as oportunidades para trás, todos esses fatos aparentemente aleatórios, todas as mudanças repentinas a fazia querer ver no que isso iria dar, despertava uma curiosidade em entender o porquê de toda essa jornada, as vezes essa vontade se tornava algo místico, religioso, pois despertava a busca por entender antes mesmo de concluir, sua curiosidade a fazia querer ver as coisas antes da hora, mas ela se mantinha lá, esperando entender o porquê de tanta estranheza que ocorria de uns tempos para cá, coisas estranhas que aconteciam sem que ela se dessa conta, quando via, já não era mais o que realmente era. Porém ela compreendia que assim era a vida, e por tanto, só queria viver e ser feliz.

Busco

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Busco por ruas estranhas,
seu amor que não me vem.
Busca eterna e tão insana,
mas que muito me faz bem.

Te procuro em cada gesto,
cada sorriso, cada olhar,
mas no fundo eu simplesmente,
não sei o que estou a buscar.

Quem sabe um dia te encontro,
de maneira inesperada,
num lugar inusitado,
para seguir em outra busca,
mas agora ao seu lado.

Recortes de uma quase-história II

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Para mim você é como as estrelas;
com um brilho sem precedentes,
magnificente em sua imensidão...

Mesmo se meus olhos não lhe vêem,
sei bem onde você está,
pois não há nuvem que me impeça
de poder te localizar.

Porem, tal qual as estrelas,
você está tão distante,
tão fora do meu alcance.

E é para isso que tanto busco
esses belos pontos luminosos do céu,
pois por dentro eu lhe vejo
em cada uma dessas estrelas...

Quem sabe um dia as distancias
sejam mais curtas para mim,
as estrelas seriam vistas maiores,
e você... mais perto de mim..

(in)devido lugar

domingo, 4 de janeiro de 2009

Tudo permanece em seu (in)devido lugar.
As coisas parecem estar certas,
Então por que tudo parece tão diferente?

Estranho meus antigos costumes,
como se não os conhecesse,
interrogo a mim mesma,
cheia de dúvidas sobre o que há.

Mas afinal, o que há?
Não compreendo mais o que me rodeia,
não compreende nem a mim.

Tudo parece diferente,
mas nada mudou,
nada.
E isso ultrapassa meu compreender.
(?)

Frequente assim?

sábado, 3 de janeiro de 2009

O seu santo nome
Não facilite com a palavra amor.
Não a jogue no espaço, bolha de sabão.
Não se inebrie com o seu engalanado som.
Não a empregue sem razão acima de toda razão (e é raro).
Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.
Não a pronuncie.
(Carlos Drummond de Andrade)


Li esse poema de Drummond hoje pela primeira vez, e amei, assim como amo tudo que já li desse grande poeta. Gosto tanto de Drummond porque concordo grandemente com suas palavras, e esse poema diz exatamente sobre algo que muito eu tenho discutido: a banalização do verbo amar.
Tenho ouvido as pessoas dizerem "eu te amo" com uma facilidade/normalidade de quem diz "estou vivo". No Orkut eu vejo pessoas que tem em seus depoimentos dezenas de pessoas dizendo "blá-blá-blá, blá-blá-blá, eu te amo". Será que as pessoas amando tanto assim? Amor é um sentimento nobre e raro, não é algo comum como um simples gostar, mas o uso do verbo que expressa esse sentimento está se tornando demasiadamente dito a meu ver, e isso eu não consigo compreender/aceitar.
Será que sou eu que amo muito pouco? São poucas as pessoas para quem eu já disse um "eu te amo" com todas as letras, poucas são as pessoas a quem eu digo amar, porque só o digo quando sinto algo realmente muito forte pela pessoa, o que não é comum...
Não sei se isso tudo é realmente normal ou se sou eu que restrinjo meus sentimentos, e consequentemente, as palavras representativas... Sei apenas que amo, sim, mas não amo a todos que conheço, não amo com tal facilidade, e não consigo acreditar que para tantas pessoas amar esteja tão frequente assim.

Sonhos e realidade

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Chega um momento em que se percebe que só o que importa é viver, abrir mão de tantos sonhos e aproveitar o que é real. Pois os sonhos são um alimento fundamental para a esperança, são eles que nos motivam e que fazem querermos seguir em frente, mas a realidade que temos dificilmente satisfaz nossos sonhos, no entanto, temos que vive-la mesmo assim, para que dela cheguemos a uma realidade que se faça sonho de tão maravilhosa.

Sonhar é necessário, e viver é a única forma de tentar concretizar os sonhos. Por isso vivo, porque os sonhos não saciaram meus anseios, não se concretizaram, mas eu sei porque isso não aconteceu, foi porque esperei por eles, e sonhos estão por aí para se concretizarem, é você que corre atrás, não são eles que vem a sua procura...