Pôr-do-sol (Outono)

domingo, 26 de abril de 2009

O sol se punha por trás das montanhas, e ela se perdia em pensamentos enquanto admirava a luz do crepúsculo sentada num antigo balanço de madeira, luz tão bela que só o outono conseguia proporcionar. Todo o céu se tingia de um tom único, impossível de se adquirir através de algum pigmento. Ela sabia que se desejasse pintar aquele belo pôr-do-sol de outono nunca conseguiria colocar aquele brilho, aquelas nuvens, com toda a leveza que elas realmente possuíam. Desejava que a vida fosse toda feita de tardes de outono, com seu sol suave que aquecia sua pele e secava seus cabelos. Desejava sempre poder sentir o arrepio causado por aquele vento leve que batia em sua pele. A vida seria perfeita assim.
Nada mais era necessário quando ela via o céu se alegrando ao pôr-do-sol. Não havia mais dores nem saudades. Tudo o que existia era paz e frescor.
Se a vida fosse toda tardes de outono, ela seria apenas ela, e os sonhos seriam mais reais, mesmo que ela passasse toda a vida sentada naquele balanço de madeira. Ainda assim, a vida seria mais completa.

Frações de mim - Os momento

domingo, 19 de abril de 2009


Cada instante que se passa,
já passou, virou lembrança,
cada instante que se aguarda,
e desejo, esperança.

O momento é o agora,
e o agora logo passa,
por isso vivo, com tudo que posso,
para os momentos viverem,
para as lembranças existirem,
para os desejos se renovarem.

Sem título

sábado, 11 de abril de 2009

Perder?
Nada perdi, a cada dia vejo que vivo a ganhar.
Percebo que minha vida se renova a cada instante, e vai se enchendo de momentos inesquecíveis.

Esquecer?
Nunca tentarei, pois de tudo que tenha as lembranças são o que há de mais íntimo. Coisa preciosa que guardo em mim.

Amar?
Não mais que a mim mesma. Pois sei que com esse amor eu posso contar, é nele que eu construo as minhas bases.

Sonhar?
Sempre! Não sou nada se não sonho.

Sorrir?
Me será fácil enquanto eu acreditar nos momentos, nas lembranças, no amor e nos sonhos.

último desabafo

sábado, 4 de abril de 2009

São palavras, unicamente palavras as que coloco neste papel. Não ponho aqui nada que possa me fazer desistir de entregar essa carta, só ponho palavras, palavras sem muita importância.

Sou eu que escrevo as cartas que nunca serão enviadas, você apenas vai lê pequenos bilhetes entregues por terceiros ou as vezes algum e-mail com umas pouquíssimas frases acompanhadas de alguma poesia. Tudo isso porque sei que quando escrevo muito você acaba não lendo.

Sou eu quem teve que insistir, tentar, arriscar, e que agora desiste, mas que se vê na obrigação de te colocar ciente disso. Hoje te escrevo não para desabafar minhas dores, muito menos para dizer que sinto saudades ou qualquer coisa do tipo. Escrevo apenas para te contar a que eu pretendo que essa seja a minha ultima novidade em que você se inclui realmente: a partir de agora não vou mais gastar meu tempo com você. Me manterei presente, próxima, pois me afastar já é impossível, mas hoje percebi que o mais importante para mim não pode ser você, tem de ser eu mesma. E assim será.

Agora você é lembrança, apenas uma boa e marcante lembrança...

[...]

E assim lhe serei também.

Frações de mim - Os sorrisos


Tanta alegria, de onde vem?

Vem de dentro, das esperanças,

vem de fora, do azul do céu.


Da onde saíram todos esses sorrisos?

Saíram das minhas loucuras,

e alguns da minha sensatez

Saíram do nada, ou do tudo.


De onde surgiram tantas felicidades?

Vieram de não sei onde,

mas em muito bom momento,

vieram restaurar a minha antiga verdade.

Frações de mim - As esperanças

Viverei a vida,
só nisso creio,
não tenho esperanças
em ser feliz,
mas viverei,
tentarei,
buscarei,
tudo que ainda desejo.

De mim se esvaiu
muitas esperanças,
mas incisto,
resisto,
com o pouco que resta
de minhas antigas esperanças.